Bom dia! Tudo bem com você? Eu espero que esteja bem demais. Comigo está tudo ok.
Esta é a minha segunda newsletter de 2025, mas eu sinto como se fosse a primeira. Quando eu mandei a outra, eu tinha acabado de voltar do Rio (eu moro em Jundiaí). Arthur ainda estava de férias, então eu ainda não estava na minha rotina 2025. Agora eu estou. Então vamos lá.
Hoje eu quero falar com você sobre projetos pessoais e como eu encaro os meus, tratando todas as minhas ideias como grandes problemas que me atormentam.
E também comemorar que agora estes e-mails chegam na caixa de mais de mil pessoas. Um número pequeno em termos de internet, mas gigantesco em termos de destinatários de um e-mail.
Mas, antes de falar disso aí, queria avisar que a campanha do novo livro da editora Pesadilla — que tem um conto meu no meio — está nos últimos dias no catarse. Garante lá o seu. Sério. Vai lá e depois volta aqui.
Agora, projetos pessoais. Até porque essa newsletter é um deles.
Ideias legais são um problema
Vamos ser sinceros: uma ideia é um problema. Não sei se você já percebeu isso, mas é a realidade. Diferente do que algumas pessoas pensam, uma boa ideia é a parte mais fácil de qualquer projeto. Ideias são infinitas e, muitas vezes, você não precisa nem estar acordado pra ter uma.
Ideias são um problema porque, depois de ter uma delas, você precisa fazer alguma coisa. Se você teve uma ideia de casa, parabéns. Agora você tem que construir uma casa. No meu caso, toda ideia de série, filme, desenho, ou programa de variedade, precisa ser desenvolvida, enviada pra algum lugar, pra alguém ler. Uma ideia não é solução de nada e a ideia sozinha não vai te ajudar.
Uma ideia é um problema tão grande que inventaram um programa de computador que vai drenar toda a energia do mundo só para que você possa descrever o que você pensou e ele tente pôr em prática pra você. E o robô só consegue fazer isso plagiando um monte de gente.
Assim como a substituição daquela tomada de dois furos com um adaptador que você jura que vai explodir um dia, o único jeito de fazer qualquer coisa nessa vida é começando de qualquer jeito e tendo que se virar no caminho. Preferencialmente em um dia mais tranquilo, ou melhor, que estava mais tranquilo até você começar a desmontar a tomada. Eu tenho uma vantagem nesse ponto porque meu trabalho é mais flexível, mas, mesmo quando não é tão flexível, muitas vezes o ódio de estar fazendo algo que eu não gosto é o melhor combustível pra fazer alguma coisa que eu quero.
Mesmo trabalhando com algo criativo, é trabalho. Nos meus projetos eu posso pensar em só agradar quem eu quero agradar. Também, é muito mais fácil explorar e desenvolver alguma habilidade se sou eu controlando os objetivos. Já abri tomadas, fiquei confuso e tive que voltar para como estavam. Já passei um mês aprendendo como mexer no Twine — um programinha que serve pra fazer textos interativos e joguinhos de texto (se você era nerd e lembra dos livros do Steve Jackson, você sabe do que eu estou falando). Nunca produzi nada com ele, mas foi legal aprender a mexer.
Pra mim, essa também é a chave para vencer a procrastinação. As pessoas falam muito sobre metas claras. Dividir as metas em mais metas. Ter metas de fazer metas e metas de organizar metas para então conseguir cumprir essas metas. Mas eu gosto de pensar em expectativas e objetivos. Eu posso ter a meta de escrever X newsletters por ano, mas se eu não souber porque eu estou fazendo isso, é muito mais provável que eu não escreva nada. Por exemplo, eu escrevi um livro porque eu queria contar uma história da melhor maneira que eu achava que podia, e transformar ela em um produto que as pessoas gostassem. Eu tive que me dedicar pra fazer o livro sair, mas era claro o que eu queria e não era só ter qualquer livro publicado com o meu nome.
O livro não é o melhor exemplo, porque foi um projeto mais complicado, mas olha só: eu aprendi a diagramar com ele. Quando eu e a Paula fizemos o nosso Zine, eu diagramei e mandei pra uma gráfica. Já tinha trabalhado com uma gráfica antes quando fiz uma HQ e não tinha gostado muito. Procurei uma melhor e com acompanhamento de venda. Deu certo. Se eu for publicar um segundo livro, agora eu me sinto mais confiante pra autopublicar o livro físico se eu precisar. E essa parte chata (comparando com a parte de escrever coisas engraçadinhas), faz parte de resolver o problema que foi a ideia de fazer um zine.
Ou seja, se você só teve uma ideia e está enrolando para começar, na verdade você não tem um projeto pessoal nem nada. Começar a fazer tec tec no teclado, a mandar e-mails, a pagar por envelope pra enviar uma revistinha, isso é o projeto: resolver o problema.
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Pensei em escrever esse texto porque recentemente uma amiga comentou que eu coloco em prática muitos projetos, mas também porque já tinham me falado coisas assim antes. Fica aí como eu encaro essas coisas hoje, em 2025, com 39 anos.
E vou aproveitar pra divulgar de novo meu mais novo projeto, minha loja de camisetas com as fotos que eu tirei e que eu mais gosto. A ideia é ir adicionando novas estampas de 15 em 15 dias e novos modelos de camiseta (mais modelos plus size, modelos “femininos” e o que for fazendo sentido). Eu mudei o endereço. Agora é: https://goodmanwear.com.br e até quinta-feira você tem 20% de desconto em qualquer compra com o cupom EMAILDONIGEL.
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Outras coisinhas:
Continuo postando novos episódios do podcast. O nome é Nigel Goodman e ele é um podcast para você pegar no sono ouvindo. Pode ouvir em qualquer app, mas aqui vai o link dele no spotify.
O The Masked Singer Brasil continua passando todos os domingos à tarde na Globo. Essa temporada eu me diverti muito, especialmente trabalhando com o Tony Ramos.
Meu livro está na Amazon em formato digital. Se chama Entrevista com a Pedra e outros contos. É um livro de contos com o mesmo personagem, um repórter que precisa fazer entrevistas bizarras acontecerem.
Eu gosto de indicar o serviço de e-mail que eu uso, que também faz a hospedagem do meu site, o fastmail. Por esse link você ganha 10% de desconto no seu primeiro ano de assinatura e eu ganho pela indicação.
É isso.
Um abraço,
Nigel
isso, eu adoro pegar minhas ideias e destruí-las com minhas palavras ou meus rabiscos, apenas pra dizer, tá vendo aí otário, essa ideia nem era grandes coisa hehehehe
Oi Nigel! Recentemente vi uns filmes e fiquei super animado com a ideia de escrever cenas pra filmes que eu já vi. Tu enquanto roteirista tem alguma dica de livrinho ou ferramenta que me ajude a escrever/revisar o que tá escrito?